13 dezembro 2007

> Conversa franca (crônica)

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Imagem/google
Um dia, andando pela rua encontrei Jesus e fui logo perguntando por que o homem morre. Iniciamos uma conversa face a face nesse dia estava eu muito aborrecido com meus problemas e precisava de alguém para me ouvir. O interessante é nem precisei falar dos meus problemas, Jesus já sabia tudo; mais do que eu mesmo sabia de mim. Mesmo assim contei pra ele das minhas pisadas na bola. Não é assim que a gente fala no dia a dia.                                                          

Ele disse que o homem morria para continuar vivendo. Achei estranha aquela colocação, mas afinal, estava ali de frente com ele e não ousei discordar.  Eu andava um tanto perturbado pensando na morte, acabara de sair do velório de uma pessoa amiga que havia partido para outra dimensão. Cheguei pensativo em casa à noite e fui dormir com aquele pensamento.  Já tinha visto dezenas de vezes aquela cena, mas naquele dia foi diferente. Pensei comigo! Já que estou frente a frente com ele porque não tirar várias dúvidas que pairavam em minha cabeça.

Resolvi começar por uma pergunta que achei seria a mais difícil de responder. Ledo engano o meu! Aproveitei sua disposição em me ouvir e tasquei a primeira pergunta.

Era um bate papo informal, não precisei marcar hora, nada disso. Jesus estava ali, na minha frente, pronto para me ouvir. Aí eu quis saber mais sobre a vida e o porquê o mundo está passando por tanta tribulação. Jesus disse:

- Sei de sua preocupação.  Mas não desanimem diante das dificuldades, elas sempre existiram e continuarão a existirem. São desafios que o homem tem que enfrentar por causa de sua mesquinhez e desobediência. O homem precisa acreditar que sua existência é uma criação divina, e crer que somos todos filhos de um mesmo pai.

- Essa não! O senhor está dizendo que somos filhos de um mesmo pai, como assim?

É complicado isso, não! Isso quer dizer que o senhor é meu irmão?
- Sim. Com certeza! Somos todos irmãos.
- Isso quer dizer que meu irmão, aquele!  Filho da minha mãe é meu irmão duas vezes?

Agora que não estou entendendo nada mesmo!
- Sim! Mas vai entender. Que bom seria, se todos, se considerassem como verdadeiros irmãos.

E se comportasse como tal. Não haveria tanta discórdia, guerras e contendas.
Respirou fundo e olhando pra mim continuou.

Demorou um pouco e respondeu:
- Que bom seria.
- Então aquela história de que meu pai é fulano, meu pai é beltrano é tudo mentira? Quer dizer, invenção.

- Não é mentira nem invenção. Eles são apenas símbolos, foram usados como representantes do pai. Talvez você não vai entender, tudo é um grande mistério, apesar do homem muitas vezes não querer acreditar. Somos filhos de um  mesmo pai.

- Entendi! Como é esse negocio de filhos do mesmo pai?

Estou confuso.

- Sim! Somos todos filhos de Deus, criador de todas as coisas.
-  Ah Jesus, como esse negócio é complicado, o senhor não acha?

- Não! Não acho, e você já me disse isso antes. Pare de ficar achando que tudo é complicado e apenas creia e tudo entenderá ao seu tempo.

- Sabe, estou aqui pensando comigo! Esse tanto de filhos deve dar um trabalho danado não é? Eu tenho três lá em casa e tem dia que fico bravo pra caramba. Imagine essa quantidade de filhos pra cuidar. Estou até imaginando. Deus, quer dizer, nosso pai não fica bravo não?

- É verdade! Dá muito trabalho.  Mas nosso pai é paciente e bondoso o bastante para não perder a calma, perdoa cada um desde que se arrependa. Logo, logo ele vai chamar todos para uma conversa franca. Uma grande reunião vai acontecer. Todos terão de se explicarem  perante o pai. Aguarde!

- O senhor sabe o dia que vai ser? Será que vou ser convidado?

- Com certeza! Chegará o seu momento. Nosso pai te aguarda.

- O senhor podia me adiantar o assunto que vai ser tratado nessa reunião? Sabe Jesus, é que eu gosto de participar de reuniões, principalmente se eu puder dar minha opinião.

- Não! Não posso. É surpresa. Faça sua parte, mostre seu lado bom. Vai se preparando.
- É, estou vendo! Eu que tento ser bom já dou um trabalho danado, imagine aqueles irmãos mais rebeldes. Não quero nem pensar, se deixar vai sair briga de novo.

- Não vai! Nem  por isso deixe de amá-los e perdoá-los, “eles não sabem o que fazem”.
- Ah! Já  ouvi essa frase em algum lugar. Mas deixa pra lá! Isso é outra história.

Jesus continuou me ouvindo atentamente e respondendo todas as perguntas, por mais difíceis que eu achava. Só mesmo ele para ouvir tudo sem reclamar.
Fiquei entusiasmado.

Continuando Jesus disse:
- Então, continue dando o melhor de si, amando e respeitando teu próximo e perdoando quando vezes for necessário e terá a recompensa da vitória e da glória. O bem sempre triunfará sobre o mal.
- Engraçado! O senhor não vai perguntar nada pra mim?

- Não preciso. Sei tudo de você, de tudo e  de todos.
 O papo rolava solto, estava tão bom que resolvi continuar as perguntas mais curiosas.

Quis saber por que quando Deus, quer dizer, o pai criou o mundo deixou tão pouca terra, afinal de contas, segundo estimativas o planeta é composto de 70% de água e somente 30% de terra. Jesus olhou pra mim com um leve sorriso no rosto e disse:

- Imagine! Se nessa proporção já está faltado água potável em muitos lugares do planeta. E se fosse ao contrário. O pai pensou em tudo, sabia que seus filhos iam fazerem muita sujeira, precisariam de muita água.

E eles fizeram tanta sujeira, mas tanta sujeira, que acabaram sujando a própria água que tinha para beber. Estão tentando agora limpar, não com água. Estão usando produtos químicos. Porque água suja não limpa nada.

- Que confusão hein Jesus!
- E como! Meu pai, quer dizer nosso pai  deixou tudo limpinho precisava ver que beleza era isso. Um verdadeiro paraíso. E eles continuam destruindo, até quando o pai deixar.

O homem é tão insignificante para a terra, mas, importante demais para mim e meu pai. Ou melhor, nosso pai.

- Jesus, foi bom o senhor falar! Já que estamos falando de terra, porque o homem briga tanto pela posse da mesma?  Às vezes até mata tirando a vida dos próprios irmãos. Se o pai que criou tudo não deixou nenhuma divisão. Já sei! O senhor vai dizer: Não precisava, já que estava tudo em família. Não é isso?

- Todos terão seu punhado de terra, nem que seja para cobrir sua própria sepultura, afinal, o homem foi feito do pó, um dia será novamente pó.

Eu, já não sabia mais o que perguntar, arrisquei a ultima antes da nossa despedida. Perguntei-lhe quando nos encontraríamos novamente. Para minha surpresa Jesus disse  que não íamos nos encontrar.

- Sou mensageiro do pai, estou ao seu lado a cada instante de sua vida. Pode não ver, mas caminho contigo, quantas vezes de levantei quando estava caído. Basta crer em minha existência.

E sempre que precisar chame por mim, estou em todos os lugares ao mesmo tempo socorrendo todos os irmãos, mesmo os mais desobedientes.

Ah! Não se lembre de mim somente nas horas difíceis de sua vida.  Pedi para que ele perdoasse tudo que eu tinha feito de errado; de imediato ele me perdoou e disse-me: está perdoado, vá e não peque mais. Com certeza, foi uma conversa proveitosa que valeu a pena. Falei da minha ignorância antes de conhecer e entender suas palavras.

Disse a ele que fiquei maravilhado com passagens bíblicas que não tinha nenhuma importância e agora descobri que em cada frase existe um por que.

Descobri que sem Deus a vida não tem sentido. Tudo perde a graça, o mundo se torna cinzento a nossa volta. Agora posso dizer que estou redescobrindo e vendo o mundo com outros olhos.

Aprendi que não preciso nem pedir, porque Deus sabe de todas minhas necessidades. Amem! Acordei com um sorriso no rosto e agradeci. Em nome do Pai, do Filho, do Espirito Santo. Obrigado senhor!

J.Araújo     

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