22 outubro 2007

Palavras(crônica)

Não vivemos somente de palavras, mas de ações. Tentei inventar palavras, não consegui. Todas as palavras já foram usadas. Recorri ao dicionário não encontrei as mais bonitas, consultei os arquivos de minha memória, tinha palavras, mas não saia! Não sabia como exprimi-las. Entrei em desespero, o que fazer agora?

Não encontrava as palavras mais belas que pudessem expressar todos os meus medos, angústia, alegria, tristeza, encontros, desencontros, esperanças e frustrações desse ano que ora finda. Mesmo assim valeu a pena! Nesses tempos de dúvidas e incertezas vi pessoas aparentemente alegres e felizes. Todas tinham algum motivo para demonstrar esse sentimento.

Mas também presenciei o dobro delas tristes e infelizes por algum motivo. Algumas em prantos. A vida é assim mesmo, não é feita somente de alegria. Eu, muitas vezes impotente, nada pude fazer para aliviar suas dores além de uma palavra amiga quando tive oportunidade e o fiz quando pude. Senti que faltou amor no coração de muitas pessoas.

A violência tantas vezes imperou. Está cada dia mais próximo de cada um de nós pela falta de compreensão e diálogo. Não ouvimos tantas palavras de carinho o quando gostaríamos de ter ouvido. Omitimos também tantas outras por medo de reações contrárias. Faltou muitas vezes a nós mesmos a prática do amor fraterno. Nem por isso deixemos que nossos corações sejam violentados pelo vírus do ódio.

Mas que sejam invadidos, sim com partículas de amor. Que o espírito do Natal possa tocar até mesmo o mais duro dos corações. Para que nele aflore o verdadeiro espírito natalino. Que não deixemos morrer nossas esperanças, mas que possamos renová-las a cada momento de nossa vida. Com certeza contaremos mais um ano em nosso calendário individual como uma grande vitória. E é uma vitória! Que Deus derrame suas bênçãos em cada um de nós mesmo sabendo que não temos tantas palavras bonitas em nosso pobre vocabulário. Mas sabe muito bem o que guardamos em nossos corações.

Um comentário:

  1. Palavras... essas danadinhas são perigosas, porque nos escapam pela boca inadvertidamente e,às vezes, nos pegam de calças curtas, não é ?
    Vivo dizendo a meus filhos, que são desta geração do falar-o-que-bem-entende, não importando quem saia ferido nesta viagem da linguagem mal cuidada.
    Digo a eles pra policiarem suas palavras, principamente na hora da raiva, porque a raiva certamente passa, mas a palavra... ah ! essa fica !
    Concordo com você, meu amigo, quando diz que as pessoas não conversam, elas apenas falam sem ouivir o outro.
    Gosto muito de sua maneira de escrever, J.,maneira clara e suave quando possível... dura quando necessário.

    Um abraço de sua mais recente admiradora

    DENISE MARICATO

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